Por Willian Braz
Essa semana, mais precisamente na terça-feira (02), tive o
desprazer de transitar pela MT-170 entre Brasnorte e o entroncamento Amaggi e
pude presenciar uma cena bastante intrigante. Falo do abismo entre a iniciativa
privada e a pública.
Partindo do pressuposto de que qualidade de gestão significa maior
produtividade, para compreender as razões pelas quais o país não atinge níveis
de desenvolvimento satisfatório, capazes de produzir bem-estar permanente à sua
população, mesmo contando com riquezas potencialmente expressivas como as que
vi nas imensas plantações de soja em nosso município.
É máquina pra todo lado, tratores, colheitadeiras, outra gigante
que passa veneno que não sei o nome, mas enfim, fazendas em formato de empresas
que se modernizaram, investiram em informatização, aperfeiçoaram tecnologias de
informação e passaram a ser guiadas por estratégias de recursos humanos que
perseguem a meritocracia. Usam um modelo de gestão com foco na excelência.
Por outro lado, vê-se um governo incompetente arrastando-se no
labirinto da ineficiência e transformando a vida do cidadão num caos sem
solução. Em minha passagem pela rodovia da vergonha, conheci um simpático jovem
senhor chamado Valdir e sua esposa Lucélia, moradores da cidade de Castanheira,
com o carro danificado com para-choques arrancados, rodas amassadas e um pneu
furado.
Quando parei ele foi logo explicando que outro pneu já havia
apresentado problema cerca de 10 km atrás e o estepe já estava sendo utilizado,
para nossa decepção, as marcas de nossos carros não coincidem os furos das
rodas, o que significava que ele teria que esperar por outro socorro, sobrou
indignação por parte desse jovem empresário que há três anos, deixou o Estado
do Paraná para tentar a sorte no interior de Mato Grosso. Ele não me disse, mas
percebi um enorme arrependimento pela escolha feita tempo atrás.
Foram 85 km de contemplação das riquezas laterais cortadas pela
rodovia cheia de buracos, a iniciativa privada dando espetáculo, produzindo,
fazendo o país ir pra frente e na contramão disso, o Governo do Estado que dá
as costas para esses mato-grossenses que tanto contribuem com a economia do
Estado.
Próximo a Comunidade Mundo Novo, um caminhoneiro de Brasnorte
também revoltado com o caminhão quebrado por causa de um enorme buraco, ele me
contou, em tom de desabafo, que ao passar pela cratera que corta a pista, ouviu
um barulho e constatou a quebra do diferencial que poderia ser agravado
conforme o mecânico que já estava ali prestando o socorro ia desmontando a
parte danificada.
Prejuízo incalculável para moradores da região que é considerada
pelo atual governador Silval Barbosa, o vale dos esquecidos.
Os mato-grossenses em especial os de Brasnorte devem comemorar o
fim do mandato desse governador que jogou nosso Estado na lama da corrupção e
do desmando. Que ele volte para Matupá (De onde nunca devia ter saído) e
reflita o mal imensurável que ele causou ao povo de Mato Grosso.
Nossa esperança agora deve ser direcionada a Pedro Taques, que
Deus o ilumine e que consiga, mesmo recebendo um Estado quebrado, resgatar a
dignidade dessa gente sofrida, nessas linhas me reportei exclusivamente às
péssimas condições da rodovia, mas poderia citar outros inúmeros descasos na
saúde, educação, segurança, enfim, vamos deixar para outra oportunidade.
Willian Braz é jornalista em Brasnorte - MT
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